quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Gutenberg, a impressão gráfica, a Bíblia e a internet

Velino, 1638
Pergaminho alemão, 1568



Até meados do século XV, a reprodução do conhecimento se fazia essencialmente através dos monges copistas, pontuados em algumas dezenas de mosteiros e universidades.
Em 1455, o ourives alemão Johann Gutenberg (c. 1437-1468) inventou a tipografia, cabendo-lhe o mérito de ser o primeiro (pelo menos no Ocidente) a utilizar tipos móveis metálicos feitos de uma liga especial de chumbo, estanho e antimônio. Ele projetou um novo tipo de prensa, baseado naquelas usadas para espremer uvas. Preparou uma tinta especial, à prova de borrões. Esse sistema operacional de impressão funcionou tão bem que perdurou praticamente inalterado até 1811, quando outro alemão, Friedrich Koenig, substituiu a mesa de pressão por um cilindro com acionamento a vapor e capaz de imprimir a fantástica tiragem de 1.100 cópias por hora.
Nessa época, a Europa possuía cerca de 50 milhões de habitantes. Só 15% sabiam ler, pois raramente conseguiam livros. O engenho de Gutenberg se propagou espantosamente e fez dobrar em poucos anos o número de europeus alfabetizados. Em 1500, já circulavam meio milhão de livros.
Era digital
Segundo o Ibope, atualmente, 80% dos brasileiros usuários da rede são das classes A/B; 16% da classe C; 4% das classes D/E. O alento vem por conta do aporte de novos internautas na população menos aquinhoada: 50% de crescimento na classe C e quase 100% nas classes D/E nos últimos dois meses. "
Estudo da ONU relata que apenas 5% da população mundial usa o colorido mundo do www e que, em apenas seis países (EUA, Japão, Reino Unido, Alemanha, Canadá e Itália), concentram-se 82% dos internautas do mundo. Destarte, é falaciosa e prematura a assertiva de que o acesso on-line representa um poderoso nivelador de oportunidades entre ricos e pobres. O gueto tecnológico e a estrutura de desigualdades socioeducacionais entre os países permanecem inalterados.
Nos EUA, são 135,7 milhões de conectados. Em contrapartida, o número é praticamente nulo em Camarões, Congo, Angola, Argélia e Burundi.

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